Resumo

O emprego de metodologias para a o melhoramento genético e estudos sobre o desenvolvimento vegetal necessitam constantemente de culturas de células somáticas por meio de técnicas de propagação vegetal "in vitro" que originam indivíduos geralmente idênticos à planta-mãe. Dentre as várias substâncias que compõem o meio de cultivo adequado estão os reguladores vegetais que são substâncias químicas sintéticas que têm efeito sobre o metabolismo vegetal, agindo de forma similar aos hormônios vegetais e esperando-se que a planta tenha desenvolvimento mais rápido. Um desses reguladores de crescimento usados nos laboratórios é o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), um herbicida que também é uma auxina sintética, empregado com frequência em estudos genéticos e fisiológicos em laboratórios. Apesar de os efeitos de resíduos de cultura de tecidos contendo 2,4-D serem desconhecidos, o seu uso como herbicida está associado à redução significativa da estabilidade funcional dos solos, alterações de comunidades microbianas aquáticas, contaminação de água e incidência de câncer, sendo classificado pela ANVISA como nível I em termos de toxicidade e em nível III com relação à periculosidade ambiental, ou seja, extremamente perigoso e nocivo ao meio ambiente e a saúde. O objetivo deste projeto foi verificar a capacidade de biotransformação do 2,4-D residual presente no meio de cultivo MS empregado na propagação vegetal por bactérias isoladas de solos agrícolas. Foi realizado o desenvolvimento vegetal no meio MS e após a retirada das plântulas foi realizada a inoculação com estirpes bacterianas isoladas do solo. A verificação da biotransformação foi realizada por cromatografia líquida. Os resultados sugerem que a estirpe bacteriana MG07 tem potencial para ser empregada no tratamento do 2,4-D residual nos meios de cultivo vegetal.